Ministro do STF destaca que deputada segue estratégia de deslegitimar instituições e fugir da Justiça

Em decisão proferida nesta quarta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está reproduzindo o mesmo modus operandi de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao deslegitimar instituições democráticas e tentar se furtar da aplicação da lei. A declaração foi feita ao determinar a prisão preventiva de Zambelli, que deixou o Brasil após ser condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo Moraes, Zambelli afirmou que adotaria a mesma estratégia de Eduardo Bolsonaro, investigado pelo STF por crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A deputada declarou que permaneceria na Europa para “denunciar a ditadura” no Brasil, seguindo os passos de Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro.

Em entrevista, Zambelli afirmou: “Sinceramente eu acredito que eleição – agora eu posso falar com mais tranquilidade – a gente sabe muito bem porque eu perdi, porque Bolsonaro perdeu, porque não foi eu que ajudei ele a perder. Não foi eu que incentivei. Não dá para a gente acreditar em pesquisas no nosso país, porque elas são manipuladas. E não dá para a gente acreditar em urnas eletrônicas. As urnas não são confiáveis”.

Moraes destacou que a condenação de Zambelli se refere a condutas criminosas destinadas a atingir instituições basilares do Estado Democrático de Direito, especialmente o STF e o CNJ. A deputada utilizou sua condição parlamentar para arregimentar pessoas com conhecimento técnico em invasão de sistemas, remunerando-as para realizar condutas ilícitas.

Além da prisão preventiva, Moraes determinou a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol, o bloqueio de seus perfis nas redes sociais e a suspensão de seu passaporte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também solicitou o sequestro e a indisponibilidade de bens da deputada, visando assegurar a reparação dos danos causados.


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