Carla Zambelli está presa num presídio superlotado na Itália e será ouvida em 1º de agosto
Condenada pelo STF a 10 anos de prisão, ela enfrenta processo de extradição em uma penitenciária feminina de Rebibbia, famosa por sua precariedade estrutural.

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL‑SP) foi presa em Roma na última terça-feira, 29 de julho, após quase dois meses foragida. Ela foi conduzida ao complexo penitenciário feminino de Rebibbia, conhecido por sua superlotação crônica e histórico de abrigar desde terroristas a detentas notáveis, tendo até sido tema de um livro clássico sobre prisão. A unidade abriga atualmente mais de 1.500 presas, e a ala feminina está com 37% acima da capacidade.
O pedido de prisão foi assinado em 5 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes do STF, após Zambelli ser condenada a 10 anos de reclusão por orquestrar a invasão ao sistema do CNJ e inserir um mandado de prisão falso contra o próprio ministro.
A parlamentar tem dupla cidadania, mas declara buscar ser julgada na Itália e não retornar ao Brasil. Em vídeo divulgado, afirmou:
“Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália, país justo e democrático”.
A detenção ocorreu após o deputado italiano de esquerda Angelo Bonelli denunciar seu paradeiro às autoridades. Apesar da defesa dizer que ela se entregou espontaneamente, fontes da Polícia Federal afirmam que houve prisão em apartamento residencial em Roma.
A deputada será interrogada pela Justiça italiana nesta sexta‑feira, 1º de agosto, quando será questionada se aceita ser extraditada ao Brasil ou prefere aguardar o andamento do processo no país europeu. A Justiça pode decidir entre prisão domiciliar, manutenção da prisão ou liberdade provisória sob medidas cautelares. O processo de extradição pode levar entre 18 meses e dois anos para se concretizar.
Especialistas em direito internacional já sugerem que Zambelli poderá solicitar asilo político, estratégia provável para impedir sua extradição ao Brasil. Segundo juristas, o pedido pode barrar o processo se reconhecido o caráter de perseguição política