Em entrevista ao jornal La Repubblica, deputada afirmou ser inocente, disse que terá de mudar de casa e negou ter garantias de impunidade

Momentos antes de ser presa em Roma, a deputada federal Carla Zambelli concedeu uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, na qual, em tom de perplexidade, questionou: “Como vocês me acharam? A polícia não conseguiu, mas vocês conseguiram”. A parlamentar afirmou ser inocente, rejeitou sua condenação e declarou ter sido vítima de perseguição política no Brasil. Também acrescentou que “tendo que mudar de casa”.

Zambelli revelou que escolheu a Itália por ser cidadã do país e alegou fortes problemas de saúde, afirmando que os tratamentos nos Estados Unidos seriam caros. Declarou também que foi sondada para disputar cargos políticos na Itália, inclusive por partidos como Liga e Fratelli d’Italia, mas recusou.

Na mesma entrevista, disse que no Brasil “a comunidade italiana tem muito poder” e que, pelo contrário, na Itália ela não teria garantidas impunidade. Disse ainda que seu marido era das forças especiais da polícia e que não cometeria imprudências.

Zambelli relatou que o senador Flávio Bolsonaro teria conversado com Matteo Salvini sobre sua situação, mas lamentou que não tenham oferecido o apoio esperado. “Esperava algo mais. De Salvini, mas também de Giorgia Meloni”, afirmou.

Após a entrevista, Zambelli foi detida pela polícia italiana e conduzida ao setor de cooperação internacional da Interpol em Roma. O processo de extradição agora depende de decisão italiana, que tem até 48 horas para confirmar ou não a prisão preventiva. Após isso, o Ministério da Justiça da Itália avalia o pedido formal do Brasil. A tramitação judicial pode se estender por até seis meses.

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