Redação

São Paulo/Brasília, 14 de agosto de 2025 — Carla Zambelli (PL-SP), deputada licenciada condenada a dez anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ, protagonizou uma cena de fragilidade em Roma nesta quarta (13): debilitada por greve de fome, desmaiou e bateu a cabeça pouco antes de uma audiência de extradição — que acabou suspensa.

Detalhes do incidente

Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, Zambelli estava extenuada devido à paralisação de ingestão de alimentos. Apesar de receber atendimento médico, insistiu em participar da audiência: “Ela estava muito debilitada, com fraqueza, devido a uma greve de fome. Mesmo após receber atendimento médico, insistiu em comparecer ao tribunal.” Em outra declaração, relatou que ela caiu, bateu a cabeça no chão e permaneceu fraca após os primeiros socorros.

Trâmite judicial

A audiência iniciada no Tribunal de Apelações de Roma — que deveria analisar a extradição — se concentrou exclusivamente no estado de saúde da deputada. O juiz determinou a presença de um perito médico estatal e outro da defesa para avaliar a situação, sem discutir os méritos da extradição ou eventual relaxamento da prisão. A sessão foi adiada para o fim de agosto, com previsão de retomar a discussão em torno do dia 27.

Contexto e justificativas

Zambelli está custodiada no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, desde 29 de julho após seu nome figurar na lista vermelha da Interpol. No Brasil, já teve sua condenação confirmada pelo STF, com pena de dez anos e multa por danos ao CNJ.

A defesa argumenta que ela sofre da Síndrome de Ehlers‑Danlos, uma condição rara que compromete articulações e músculos, além de citar fibromialgia e depressão como agravantes. Solicita que Zambelli cumpra medidas cautelares em liberdade ou prisão domiciliar em Roma.

Além disso, foi revelado que o marido da deputada, Antônio Aginaldo de Oliveira, teve suas contas bloqueadas pelo STF em meio ao processo penal — ele está atualmente em Israel.