Defesa de Zambelli quer reforçar tese de “perseguição política” com testemunhas

A defesa da deputada licenciada Carla Zambelli (PL‑SP) recorreu ao espetáculo para tentar derrubar a cassação do seu mandato: convidou o perito judicial Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) envolvido em vazamento de mensagens do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, e o blogueiro foragido Oswaldo Eustáquio, alvo de graves acusações, como testemunhas de defesa — tudo isso com o objetivo claro de reforçar a narrativa de “perseguição política” que ela cultiva.

Tagliaferro é investigado por ter filtrado conversas internas do gabinete de Moraes no Supremo. Ele está fora do Brasil, sob suspeita, e agora surge como “herói” da luta contra o que Zambelli pintou como ataque autoritário do STF.

Já Eustáquio, notório defensor do bolsonarismo, enfrenta dois mandados de prisão em aberto por supostas ameaças, corrupção de menores e tentativa de subverter o Estado democrático — especialmente por seu papel nos atos violentos de 8 de janeiro. Ele também está fora do país, alvo de solicitação de extradição do STF.

A defesa pressiona a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para que ambos depõem por videoconferência. A ideia é transformar a sessão em trincheira política, não em fórum jurídico.

Zambelli, atualmente presa na Itália desde 29 de julho de 2025, foi condenada pelo STF a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do CNJ — uma decisão que determinou também a perda do mandato, transitada em julgado.

A toga que deveria representar a Justiça se converteu em aparato político. A defesa busca reforçar que Zambelli não é apenas uma parlamentar cassada — ela seria uma mártir da ditadura judicial que hoje impera sobre o país.

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