Filho do ex-presidente reage com fúria à decisão de Moraes e diz que Daniel Silveira nunca deveria ter sido preso

Brasília — Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma reação explosiva de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o ministro Alexandre de Moraes autorizar a progressão de Daniel Silveira para o regime aberto. O episódio revela não apenas a instabilidade emocional do bolsonarismo diante de decisões judiciais contrárias, mas também o grau de tensão política que permeia o sistema institucional.

No vídeo, é possível ver Eduardo gesticulando com indignação, bradando críticas ao juiz e expressando surpresa e raiva diante da medida que, para ele e seus simpatizantes, simboliza “tratamento privilegiado” para figuras da base bolsonarista. A decisão de Moraes permitiu que Silveira cumpra sua pena com menos restrições — algo que acende novas chamas no confronto simbólico entre bolsonarismo e Judiciário.

Daniel Silveira, condenado a cerca de 8 anos e 9 meses por ataques às instituições democráticas, teve seu regime progressivo autorizado com limites: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e proibições de uso de redes sociais ou deslocamentos sem autorização. A medida foi decretada por Moraes com base no cumprimento de percentual da pena e bom comportamento.

A reação de Eduardo expõe o grau de intolerância quando decisões judiciais contrariantes atingem figuras próximas ao bolsonarismo. Esse tipo de explosão pública é uma tentativa de constranger magistrados através da pressão midiática — como se o gargalo institucional precisasse da adesão simbólica dos atores políticos para se validar.

Por trás do ímpeto retórico há algo funcional: transformar decisões legais em itens de disputa política, mobilizar bases e reafirmar o discurso de “injustiça seletiva”. Se uma progressão de regime é vilipendiada publicamente, como defender a neutralidade institucional?

Esse episódio evidencia que a radicalização bolsonarista não se limita às ruas ou às redes — ela se infiltra nas tramas jurídicas, transformando cada sentença em palco de confronto moral. E se não houver resposta firme das instituições democráticas, o “choque” simbólico pode ganhar adaptadores institucionais.

Fonte: Revista Fórum — “VÍDEO: A reação raivosa de Eduardo Bolsonaro ao regime aberto para Daniel Silveira” (29/09/2025)

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