Idolatria fabricada: liderança golpista tenta colar aura revolucionária a autoritário

Em evento do grupo Esfera Brasil realizado nesta segunda-feira (25 de agosto de 2025), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, protagonizou uma fala que beira o surreal: ao tratar da transferência de votos para 2026, afirmou que Jair Bolsonaro possui um “carisma brutal”, comparável ao de Che Guevara — um dos símbolos máximos da revolução, da luta anti-imperialista e da libertação de Cuba da subjugação estadunidense.

O líder bolsonarista defendeu a comparação como um processo de mitificação: “o eleitor dele é fiel e essas coisas estão fazendo que ele vire um Che Guevara… daqui a 30, 40 anos, …vai ver gente com camiseta do Bolsonaro”.

Mas essa inversão histórica não só reduz Che ao vazio de uma imagem — desconsiderando seu legado de libertação em Cuba — como busca legitimar figuras autoritárias através da manipulação simbólica mais rasteira. Che foi médico, guerrilheiro, líder de uma revolução que libertou o país do jugo imperialista, símbolo de internacionalismo proletário e luta por justiça social.

O absurdo se completa quando se lembra: Che Guevara foi figura central na derrota da invasão da Baía dos Porcos, promovida pela CIA, defendendo Cuba como território livre do imperialismo estadunidense.

Valdemar tentou corrigir-se nas redes: “Nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda… o que comparei foi o processo de mitificação”.

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