Federação União Progressista abandona base governista em meio ao julgamento de Bolsonaro e expõe nova tentativa de cooptar poder à margem da institucionalidade

A federação União Progressista — formada por União Brasil e Progressistas (PP) — decidiu abandonar o governo Lula e exigir que seus filiados entreguem os cargos ocupados na Esplanada. A decisão incide diretamente sobre os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), e deve ser cumprida dentro de 30 dias, sob risco de expulsão de quem resistir. O movimento foi anunciado nesta terça-feira (2) pelas cúpulas partidárias.

O comunicado oficial fala em “gesto de clareza e coerência”, mas revela o seletivismo político da federação. Os partidos justificam a medida como resposta à exigência dos eleitores por compromisso real — o que soa mais como um deslocamento oportunista rumo à oposição..

O envio de ministros ao governo, agora revogado, incluía indicação nos ministérios de Esporte e Turismo, enquanto outras pastas estratégicas — como Comunicações, Integração Nacional e Caixa Econômica Federal — continuam ocupadas por indicados próximos a figuras como Davi Alcolumbre e Arthur Lira. Esses cargos não estão sujeitos à renúncia exigida.

Fufuca e Sabino tentaram resistir. Buscaram apoio para evitar o desembarque e manter o ministério como plataforma para suas pré-candidaturas ao Senado em 2026. Mas a diretoria da federação não cedeu.

A saída formal foi firmada logo no meio do julgamento de Bolsonaro no STF. Enquanto as instituições se fortalecem, os caciques partidários migram para a oposição com rapidez fascinante. A democracia não é reféns de siglas que mudam de lealdade conforme o vento da conveniência.

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