Chefes de governo da União Europeia reagem a incursões de drones e defendem rede integrada de defesa contra ameaças não tripuladas

Reunidos em Copenhague nesta quarta-feira (1º), os chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) manifestaram apoio explícito à criação de um “muro de drones” — uma rede integrada de defesa aérea capaz de detectar, rastrear e neutralizar drones não autorizados que invadam o espaço aéreo do bloco. A iniciativa ganha força após episódios recentes de incursões por aeronaves não tripuladas na Dinamarca, Polônia e Estônia.

A justificativa central é clara: a Europa se vê vulnerável diante de ataques tecnológicas híbridos, e busca dotar sua zona aérea de uma muralha tecnológica que funcione como escudo coletivo. Autoridades europeias evitaram citar diretamente a Rússia nas decisões, mas sugeriram que incursões feitas por drones podem estar ligadas ao Kremlin.

O que prevê o “muro de drones”

O projeto apoiado pelos governantes inclui:

  • implantação de sensores radar e acústicos para detecção precoce de drones
  • sistemas antidrone capazes de derrubar ou neutralizar aeronaves hostis
  • rede interoperável entre países para compartilhar alertas e coordenar ações
  • integração com sistemas de defesa existentes, como mísseis terra-ar e caças interceptores

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o plano vai além de defesa militar: trata-se de afirmar soberania e tolerância zero a ameaças híbridas no continente. “A Rússia tenta nos testar. O “muro de drones” será parte da nossa resposta.”

Contexto dos incidentes

Os sinais de alerta se multiplicaram nos últimos meses:

  • Drones violaram o espaço aéreo da Dinamarca, provocando paralisações em aeroportos.
  • Incursões não tripuladas também foram registradas na Polônia e Estônia, em meio a tensão nas fronteiras com Rússia.

Esses episódios agravaram o sentimento de insegurança entre os países da OTAN e da UE, o que alimentou o consenso sobre a urgência de um sistema defensivo coletivo.

Desafios e divergências

Nem todos os países concordam quanto à abrangência e alocação de recursos. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, alertou para não ignorar o sul da Europa na estratégia de defesa.

Além disso, críticos apontam o alto custo da tecnologia antidrone: mísseis sofisticados são dispendiosos para derrubar drones baratos. A própria UE admite que será necessário balancear eficiência e custo no projeto.

Impacto político e simbólico

O “muro de drones” representa um passo simbólico e estratégico da UE rumo a uma defesa europeia mais autônoma. Ao afirmar que não deixará incursões estrangeiras passarem impunes, o bloco busca reforçar sua credibilidade militar e geopolítica em meio aos embates com a Rússia.

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