Elogios de Trump a Lula repercutem internacionalmente; Eduardo Bolsonaro chama gesto de estratégia esperada
Entre aplausos no palco global e cálculo político nos bastidores, manifestação americana a Lula provoca críticas de aliados de Bolsonaro que veem recado diplomático carregado

Trump elogia Lula na ONU e provoca reações enxutas de Eduardo Bolsonaro
Durante a Assembleia-Geral da ONU (23/09/2025), Donald Trump surpreendeu muitos ao chamar Lula de “um homem muito legal” e manifestar desejo de cooperação com o Brasil após breve encontro em Nova York. A imprensa internacional destacou o tom amistoso nas palavras de Trump, que contrastou com posições anteriores de atrito. O Washington Post, Bloomberg, Reuters, Clarín e Al Jazeera relataram a atmosfera positiva gerada pelo elogio, embora ressaltando que não apagaram os meses de tensão bilateral, especialmente após sanções e tarifas impostas pelos EUA.
Logo após, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, comentou nas redes sociais que o elogio de Trump “não foi surpresa”. Ele analisou o gesto como parte de uma estratégia de negociação típica do republicano: primeiro tensionar, depois estender um gesto de cordialidade, para reposicionamento diplomático. Segundo Eduardo, esse tipo de ação é feita pensando nos interesses americanos em primeiro lugar, e cabe a Lula aproveitar a chance para extrair concessões ou benefícios para o Brasil. Ele também apontou que, mesmo após críticas, Trump abriu possibilidade de diálogo.
Contexto político e implicações diplomáticas
- Histórico de atrito — As declarações positivas ocorrem num momento em que as relações Brasil-EUA vem passando por tensões, com sanções, tarifas de importação e conflitos diplomáticos. O gesto de Trump é visto por muitos como mudança de tom sem, necessariamente, reversão das disputas.
- Estratégia diplomática de Trump — Eduardo Bolsonaro interpreta os elogios como parte de uma movimentação típica de Trump: usar pressão e atritos como tática de negociação, para depois suavizar. Ele sugere que o gesto pode vir acompanhado de exigências ou trocas políticas/diplomáticas.
- Desafio para Lula — O presidente do Brasil agora parece ter uma “janela” para diálogo com os EUA. Mas como Eduardo Bolsonaro observou, essa janela pode estar condicionada a contrapartidas ou a acomodar interesses americanos. A articulação diplomática será determinante para que o gesto não fique em retórica.
Repercussões esperadas
- Internacionais: O destaque da imprensa estrangeira sinaliza que o mundo está atento às interações entre Brasil e Estados Unidos, e há grande interesse em ver se haverá mudanças reais — políticas de comércio, sanções, cooperação.
- Domésticas: O comentário de Eduardo Bolsonaro insere a narrativa de que o Brasil está em posição de dependência diplomática, o que pode alimentar debate interno sobre soberania, negociações externas, e o papel do governo de Lula nesse tabuleiro.
- Estratégicas: Se houver um encontro oficial, como anunciado pela imprensa internacional, poderá servir para redefinir marcos de cooperação, possivelmente reduzir tensões tarifárias ou diplomáticas. Também é avaliação de risco: se expectativas forem frustradas, pode haver nova onda de críticas ao governo brasileiro.
Fontes:
- Brasil 247 — “Imprensa internacional destaca elogios de Trump a Lula e anúncio de encontro”
- Brasil 247 — “Eduardo Bolsonaro diz que elogios de Trump a Lula ‘não foram surpresa’”