Redação

Em mais uma declaração polêmica, Donald Trump voltou a criticar abertamente as investigações conduzidas no Brasil contra Jair Bolsonaro, mesmo afirmando que o ex-presidente brasileiro “não é exatamente seu amigo”. A fala, que mistura tentativa de distanciamento pessoal com uma defesa velada, ocorreu em meio ao avanço de processos contra Bolsonaro tanto no Brasil quanto em cortes internacionais.

“Não é como se ele fosse meu amigo. É alguém que eu conheço”, disse Trump, tentando minimizar os laços entre ambos. A fala ocorre após diversas manifestações anteriores nas quais o ex-presidente dos Estados Unidos elogiava abertamente Bolsonaro e condenava as ações do Supremo Tribunal Federal brasileiro.

Apesar do discurso ambíguo, Trump voltou a sugerir que Bolsonaro está sendo alvo de perseguição por parte das autoridades brasileiras. “O que estão fazendo com ele é uma vergonha. Ele está sendo tratado muito injustamente”, declarou. A crítica, segundo analistas internacionais, se insere na estratégia de Trump de reforçar sua imagem junto a setores da extrema-direita internacional e deslegitimar instituições judiciais que não alinham com seus interesses.

O momento é delicado para Bolsonaro. Acuado por investigações que apontam sua participação em uma trama golpista e na falsificação de documentos, o ex-presidente brasileiro tem contado com o apoio de setores conservadores internacionais — especialmente figuras ligadas ao trumpismo — para tentar manter sua relevância política.

Trump, por sua vez, tenta se reposicionar dentro da corrida eleitoral americana de 2024 e sabe que o custo político de manter vínculos estreitos com um aliado internacional em descrédito pode ser alto. Ainda assim, o ex-presidente americano não hesitou em usar sua plataforma para atacar a Justiça brasileira, promovendo desinformação e reforçando discursos que ecoam entre bolsonaristas e setores radicalizados da direita global.