Trump congela verbas a estados democratas e intensifica impasse no Congresso
Medida afeta bilhões para infraestrutura e avança como retaliação política no contexto da paralisação federal

O presidente Donald Trump ordenou o congelamento de US$ 26 bilhões em verbas federais destinadas a estados governados por democratas, numa manobra que agrava o impasse institucional no Congresso e dificulta a solução da paralisação federal, agora em seu quarto dia.
A medida atinge projetos de infraestrutura, transporte e energia em estados como Nova York, Califórnia e Illinois. Entre os cortes, estão US$ 18 bilhões previstos para obras de trânsito em Nova York e US$ 8 bilhões para iniciativas de energia verde em 16 estados sob administração democrata.
Republicanos moderados no Congresso alertaram que a estratégia de Trump de usar o orçamento como instrumento de pressão política compromete a confiabilidade das negociações bipartidárias. O senador Thom Tillis afirmou que ações punitivas “podem minar a confiança entre os partidos e afastar ainda mais um acordo” para desbloquear o governo.
O impasse se tornou uma das paralisações mais duradouras já registradas: com o governo fechado, serviços públicos foram suspensos, agências federais interromperam operações e 750 mil servidores foram instruídos a não comparecer ao trabalho.
A Casa Branca defende que a manobra é legítima como forma de pressionar democratas a aceitarem cortes e condições para reabertura dos órgãos. Já o líder da Câmara, Mike Johnson, respaldou o presidente, dizendo que a estratégia servirá para forçar o partido adversário a ceder nas negociações.
Do lado democrata, a reação é dura: consideram o bloqueio uma retaliação política explícita e uma tentativa de punir estados “inimigos” — uma forma de centralização autoritária sobre o orçamento federal. Alguns senadores chegaram a proibir, em discursos públicos, a distinção seletiva de recursos em função de cor partidária.
Se a tendência prevalecer, a paralisação pode se estender e gerar impactos econômicos severos — inclusive queda de confiança internacional no governo e pressão de aliados que temem ser usados como moeda de chantagem orçamentária.