Trump ameaça “ações irreversíveis” diante de risco de paralisação do governo nos EUA
Presidente aciona fogo midiático institucional para pressionar o Congresso diante de impasse sobre orçamento

Washington – Em discurso no Salão Oval, o presidente Donald Trump elevou o tom do embate com o Congresso ao afirmar que, caso o governo dos EUA entre em paralisação (shutdown), poderá adotar medidas “irreversíveis” que afetarão programas federais e “coisas que eles gostam”.
O alerta ocorre no contexto de impasse sobre o orçamento: democratas e republicanos ainda não chegaram a um acordo para manter o funcionamento das agências federais. Trump advertiu que cortes profundos e “ações duradouras” podem ser acionados para manter poder de barganha contra seus adversários no Legislativo.
Ele citou Russell Vought, diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, como figura-chave capaz de promover reduções orçamentárias “mais radicais do que poderiam ser feitas de outra forma”.
Trump não detalhou quais programas seriam cortados, mas fez questão de dizer que “coisas que eles gostam” poderiam ser afetadas — uma alusão clara a benefícios públicos e investimentos sociais que muitos democratas defendem.
A paralisação em potencial marca um dos momentos mais tensos entre Executivo e Legislativo nos EUA nos últimos anos. Se o impasse persistir à meia-noite, será o 15º shutdown a partir de 1981.
Essa tática de choque, típica de Trump, revela uma aposta agressiva: utilizar o poder executivo para avançar por meio da crise e pressionar o Congresso a ceder diante de ameaças de paralisar o Estado.