Conflito Irã–Israel: trégua formal, campanha ativa e narrativas divergentes
Irã anuncia fim da guerra de 12 dias e celebra vitória; Israel considera concluído um “capítulo”, mas mantém ofensiva e realoca forças para Gaza.

Trégua e narrativa iraniana de vitória
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, declarou o término da “guerra de 12 dias” contra Israel, chamando o resultado de “grande vitória” para sua nação. Afirmou que o conflito — considerado por Teerã como um mal imposto — foi encerrado após a resistência do povo iraniano, apontando para um cessar-fogo efetivo firmado durante a madrugada. Destacou que a população começa a retomar a rotina e que, apesar da destruição, prevaleceu sentimento de alívio.
Israel confirma “capítulo concluído” — mas alerta
Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior, general Eyal Zamir, afirmou que “capítulo significativo” foi encerrado, mas destacou que “a campanha contra o Irã não acabou”. Israel voltou a operar totalmente — inclusive turismo, comércio e trabalho sido retomados — e redirecionou sua força para Gaza, com objetivo definido de resgatar reféns e desmontar o Hamas.
Baixas devastadoras: impacto humano e material
O conflito deixou indicadores elevados: segundo a Exame, foram cerca de 610 mortos e mais de 4.700 feridos no Irã, enquanto Israel registrou 28 mortos. No Irã, ataques aéreos israelenses atingiram instalações nucleares e civis nas cidades, intensificando danos estruturais e reforçando a narrativa de vitória resistida por parte de Teerã.
Escalada de ataques e estrutura militar
O confronto começou em 13 de junho, com ofensiva israelense a alvos iranianos. Em resposta, em 14 de junho, o Irã lançou mais de 150 mísseis balísticos e 100 drones contra Israel — operação conhecida como “Promessa Verdadeira III” — causando danos significativos, sobretudo em zonas residenciais.
Cenários políticos e econômicos
- Estabilidade interna no Irã: a declaração oficial do fim da guerra visa reforçar a coesão nacional e legitimar o governo perante a população, agora aliviada após dias de bombardeios.
- Reação internacional: pressão diplomática dos EUA (Trump participou da negociação), Catar (nais de mediação) e importantes atores globais, influenciaram a suspensão dos conflitos .
- Mercado e segurança global: os preços do petróleo reverberaram pela expectativa de contenção da guerra, e rotas marítimas no estreito de Ormuz permaneceram sensíveis .
O que vem a seguir
- Manutenção da campanha israelense: Israel promete foco na Faixa de Gaza e resgate de reféns, sem recuo estratégico.
- Avaliação regional: embora a guerra Irã–Israel tenha cessado, o Golfo permanece tenso, com vigilância internacional sobre possíveis reações do Irã.
- Diplomacia e segurança mundial: o acordo frágil abre espaço para negociações multilaterais, mas também deixa a constante ameaça de retaliações.
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