Levantamento da Amcham revela que empresas redirecionaram exportações e evitaram perdas expressivas

Um levantamento da Amcham Brasil, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), concluiu que os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sob o governo Trump tiveram impacto muito reduzido sobre a economia brasileira. Menos da metade das exportações ao país norte-americano está sujeita às alíquotas mais altas, enquanto muitos setores conseguiram realocar suas vendas para outros mercados.

Segundo o relatório, 44,6% dos produtos exportados pelo Brasil enfrentam a alíquota máxima de 50%. Outros 29,5% sofrem taxas menores e 25,9% estão totalmente isentos.

O diretor de Políticas Públicas da Amcham, Fabrizio Panzini, explicou que o desempenho resiliente se deve, em parte, à capacidade de adaptação das empresas brasileiras, que conseguiram redirecionar commodities para mercados alternativos. “Os produtos-alvo de tarifa alta eram principalmente commodities como café, carne e açúcar”, afirmou.

Mesmo assim, nem todos os segmentos escaparam: no setor madeireiro, por exemplo, foram registradas demissões e acumulação de estoques, e indústrias de móveis, mel e máquinas também enfrentaram dificuldades.

O relatório aponta também que, entre janeiro e agosto deste ano, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 1,6%, impulsionadas pelos meses iniciais, embora agosto tenha apresentado queda de 18,5%.

Analistas destacam que a diversificação de destinos e a capacidade logística foram determinantes para amortecer os impactos potenciais.

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