Movimentos reforçam mobilização política e tentativa de manter influência bolsonarista após condenação

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram pedidos ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, com o objetivo de estreitar laços políticos e viabilizar a anistia para bolsonaristas condenados. Os movimentos ocorrem dias após a condenação de Bolsonaro, em 11 de setembro de 2025, a 27 anos e 3 meses de prisão.


O que cada um solicitou

  • Tarcísio de Freitas pediu autorização para visitar Bolsonaro, que está sob prisão domiciliar em Brasília.
    • A visita está prevista para terça-feira, 16 de setembro.
    • O motivo oficial declarado: retomar articulações pela aprovação da anistia no Congresso.
  • Bolsonaro, por sua defesa, solicitou ao STF que Moraes autorize visitas de aliados políticos enquanto cumpre prisão domiciliar.
    • Os pedidos incluem Valdemar Costa Neto (presidente do PL), Sóstenes Cavalcante (líder do PL na Câmara), Rodrigo Valadares (relator do projeto de anistia do Congresso) e outros parlamentares.
    • Também há solicitação de visitas semanais de figuras como Rogério Marinho.

Significados políticos

  1. Retomada de articulação política interna
    Os dois pedidos mostram que o bolsonarismo não está apenas em posição defensiva. Há esforço claro para manter relevância política, coordenar ações, transmitir sinais de unidade e mobilizar aliados no Congresso, especialmente em torno da anistia.
  2. Anistia como elemento central
    A anistia — sobretudo para quem foi envolvido nos atos de 8 de janeiro ou apoiou Bolsonaro — aparece como peça-chave para reverter ou suavizar os efeitos da condenação, além de tentar preservar legado e base eleitoral.
  3. Busca de legitimidade institucional
    Pedidos judiciais de visitas a Bolsonaro visam legitimar, formalmente, o debate político em torno da anistia. Mostrar que há interlocução permitida mesmo para quem está em prisão domiciliar ajuda a sustentar narrativa de “direito político” contra alegações de exceção ou autoritarismo.
  4. Relação entre Tarcísio e Bolsonaro
    O movimento de Tarcísio visitar Bolsonaro reforça seu papel de braço político importante dentro do bolsonarismo, possivelmente buscando manter-se como sucessor ou figura relevante no pós-Bolsonaro, especialmente considerando sua candidatura em 2026.

Desafios e resistências

  • Moraes, como relator de ações penal que envolvem Bolsonaro, detém poder de decidir se autoriza ou nega essas visitas, impondo condições, prazos ou vetos conforme a segurança processual e previsões judiciais.
  • O projeto de anistia enfrenta resistência no Congresso: parlamentares do Centrão e de outros grupos têm demonstrado cautela ou oposição explícita. A articulação ainda não tem consenso nem garantia de aprovação.
  • Mesmo com autorizações de visitas, o impacto prático pode ser limitado se não vier acompanhado de medidas legais claras para mudar o cenário de condenações, detenção de direitos políticos ou inelegibilidade.
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