Em audiência da CCJ da Câmara, Tagliaferro afirma que relatórios sobre Carla Zambelli e outros da direita chegavam diretamente a Moraes e que foi procurado pelos EUA para entregar documentos

O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, afirmou nesta quarta-feira (17/09) em sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que sempre guardou relatórios e documentos críticos contra o ministro Alexandre de Moraes desde que passou a produzir relatórios sobre parlamentares e personalidades da direita. Segundo ele, parte desse material era entregue diretamente a Moraes durante sua presidência no TSE.

Tagliaferro disse que sua função envolvia monitorar manifestações e redes sociais, especialmente de nomes como Carla Zambelli, Allan dos Santos, Constantino, Figueiredo, entre outros, e produzir relatórios que, posteriormente, eram enviados ao gabinete de Moraes. Ele afirmou, ainda, que pediu exoneração diversas vezes, mas que seus pedidos foram ignorados.

Além disso, Tagliaferro revelou que foi procurado por autoridades dos Estados Unidos interessadas no “material” que ele dispõe sobre supostas fraudes e irregularidades no TSE relacionadas a essas atuações. Ele, porém, não confirmou se chegou a enviar esses documentos.

O depoimento de Tagliaferro acontece no contexto do processo de cassação do mandato da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que está sendo julgado na CCJ. O ex-assessor é ouvido como testemunha de defesa.

Críticos do depoente questionam a credibilidade dos documentos, apontam risco de seletividade e política no uso do material, além de demandar comprovação técnica para validação das alegações. Até o momento, Moraes não apresentou resposta formal ao teor completo do depoimento de Tagliaferro.

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