STF vai testar fidelidade interna: como votam os ministros no recurso de Bolsonaro?
Primeira Turma analisa a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro — julgamento vira termômetro da força política de Moraes dentro do STF, em meio à ofensiva golpista.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o recurso da defesa de Jair Bolsonaro contra sua prisão domiciliar — e, mais do que uma decisão jurídica, essa é vista como uma demonstração da coesão política em torno de Alexandre de Moraes dentro da Corte.
A composição da turma inclui os ministros Cristiano Zanin (presidente), Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e o relator, Alexandre de Moraes. Em votação anterior, quatro dos ministros mantiveram o regime cautelar, determinando o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de Bolsonaro se comunicar por redes sociais — somente Fux votou contra. A nova análise será um termômetro para testar a solidez desse apoio político.
Teste político e institucional
A expectativa é saber se o apoio ao relator continuará firme — ou se o clima de intimidAções externas e internas, orquestrado pela base golpista via sanções e narrativas conspiratórias, mudou o panorama interno da Corte. A artilharia diplomática e midiática, como o uso da Lei Magnitsky, pode incomodar fora do STF — mas, até agora, não surtiu efeito interno aparente.
O que está por vir
O julgamento será acompanhado com lupa. Se o placar se repetir — ou seja, se Moraes mantiver quatro votos a seu favor —, ficará evidente que assegurar o Judiciário passa por manter independência frente ao golpismo, mesmo com ruídos internacionais. A sentença reforçará a mensagem clara: o poder moral do Supremo não cede a chantagem nem deriva política.