STF exige manifestação da PGR sobre possível fuga de Bolsonaro para a Argentina
Rascunho de pedido de asilo encontrado no celular reforça suspeita; defesa nega, mas Moraes mantém o cronômetro do Estado sobre Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República (PGR), liderada por Paulo Gonet, se manifeste sobre os esclarecimentos apresentados pela defesa de Jair Bolsonaro. O prazo vencerá na manhã de quarta-feira, 27 de agosto de 2025.
A determinação ocorre após a Polícia Federal indiciar Bolsonaro — junto com o filho, Eduardo — pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, em investigação que mira uma suposta trama golpista entre 2022 e 2023.
O principal ponto de tensão é um rascunho de pedido de asilo político à Argentina, datado de fevereiro de 2024, encontrado no celular do ex-presidente. A PF entende que esse documento reforça o risco de fuga — hipótese que a defesa rejeita categoricamente, argumentando que Bolsonaro sempre respeitou medidas cautelares, como o uso de tornozeleira, comparecendo a todas as convocações judiciais.
Moraes, implacável em sua missão de blindar o Estado democrático, havia antecipado que, diante do “risco de fuga” e do descumprimento das cautelares impostas, iria manter controle rígido sobre Bolsonaro. O documento da PF foi o gatilho para essa decisão, que agora obriga a PGR a se posicionar sem demora.