Acareação entre general e tenente‑coronel ocorre em sessão fechada, sob comando de Alexandre de Moraes, em investigação sobre tentativa de golpe — mesma técnica será aplicada a outros réus.

O Supremo Tribunal Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, prevê realizar nesta terça-feira uma acareação sigilosa entre o general Walter Braga Netto e o tenente‑coronel Mauro Cid, no âmbito do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. Sessão será restrita aos envolvidos, ao ministro e aos advogados.


Em primeiro lugar: objetivo da acareação

O confronto direto entre Braga Netto e Mauro Cid visa esclarecer pontos divergentes em seus depoimentos — notadamente se o general articulou recursos financeiros e operacionais para ações contra a ordem constitucional. A medida busca encontrar quem erra ou mente, segundo o procedimento descrito pelo juiz.


Por outro lado: outros confrontos

O STF também autorizou outras acareações, reunindo Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. A estratégia repete a mesma lógica: pressionar, sob orientação judicial, divergências em versões cruciais do caso.


Acresce que: pontos de tensão

Dupas divergências já aparecem em relação à famosa “sacola de vinho” — acusação de que Braga Netto teria entregado dinheiro a Cid em caixa de vinho para financiar atos. Cid afirma que o general providenciou fundos para acampamentos pró-golpe. Braga Netto nega ambos os relatos.


Metáfora crítica: lupa sobre a narrativa

A acareação funciona como apertar lentes em um vídeo borrado: quando depoimentos discrepantes são confrontados, o tribunal espera que se distinga o que é real daquilo que pode ser invenção ou engano.


Pergunta retórica

Se ambos foram aos autos por depoimento voluntário, por que as versões ainda divergem — e o que isso revela sobre a coerência do inquérito?


Consequências imediatas

  • O tribunal poderá anular ou reforçar depoimentos, dependendo do resultado do confronto.
  • A defesa ganha nova oportunidade de contestar fatos e corrigir distorções — mas também expõe fragilidades.
  • A acareação pode aumentar tensão dos envolvidos e pressionar para delações complementares.

Impactos institucionais

  1. Rigor probatório fortalecido: o STF busca demonstrar que não aceita contradições em casos de alto impacto.
  2. Visibilidade sobre o aparato militar: a participação de generais e suas acusações volta a ser foco institucional.
  3. Jurisprudência reforçada sobre uso de acareação em crimes políticos.
  4. Pressão sobre demais militares investigados: podem enfrentar processos semelhantes.
  5. Equilíbrio de poder: o Judiciário reafirma controle sobre setores que tentaram subverter a ordem legal.

Conclusão

A acareação entre Braga Netto e Cid representa mais do que confronto de versões — é um teste à consistência do inquérito e à confiança pública na Justiça. No STF, onde nada é apenas palavra, a grande interrogação é: quem resistirá ao crivo da verdade — e quem terá suas versões desmontadas em silêncio?


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2 comentários sobre “STF coloca Braga Netto e Mauro Cid frente a frente em acareação sigilosa

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