Redação

Uma comitiva de oito senadores brasileiros desembarcou em Washington entre os dias 28 e 30 de julho de 2025, com objetivo de intermediar a crise gerada pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump ao Brasil. A missão, porém, manteve as agendas em sigilo absoluto — estratégia adotada para evitar interferência direta do deputado Eduardo Bolsonaro, que já teria sabotado encontros anteriores com autoridades e empresários americanos.

Liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD‑MS), a delegação definiu como “estratégica” a decisão de não divulgar, com antecedência, os nomes dos interlocutores americanos. “A proximidade dos encontros pode atrair contato de pessoas que atrasem ou bloqueiem a agenda”, afirmou Trad na embaixada brasileira em Washington.

O temor é fundamentado em episódios anteriores de interferência atribuída a Eduardo Bolsonaro e aliados, que teriam agido para impedir reuniões entre parlamentares brasileiros e autoridades do governo dos EUA e do Senado americano. A atuação teria motivação política — o tarifão serviria como carta de chantagem diplomática para pressionar arquivamento de ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Embora a comitiva embarque como missão suprapartidária, incluindo lideranças do PT, PL e PP, o receio interno de sabotagem eclipsou o caráter institucional da agenda. Segundo senadores ouvidos pela imprensa, o principal foco é a interlocução com a Câmara de Comércio americana e figuras-chave do Congresso, mas não descartam até mesmo a possibilidade de encontro em Washington — desde que sob total discrição.

Até o momento, a Casa Branca não confirma encontro formal com os parlamentares brasileiros. A expectativa diplomática é baixa: o grupo espera pressionar por canais indiretos enquanto Brasília reforça que qualquer negociação comercial está desvinculada das demandas legais internas.