Senadores do Brasil se reúnem hoje com parlamentares dos EUA para discutir “tarifaço” de Trump
Enquanto Trump ameaça sancionar o Brasil com taxas de até 50%, parlamentares brasileiros vão aos EUA buscar apoio no Congresso americano e no setor privado para defender a soberania e os empregos nacionais.

Nesta terça‑feira, senadores brasileiros desembarcaram em Washington D.C. para uma missão oficial de urgência: evitar a aplicação de tarifa de 50% sobre produtos nacionais, anunciada por Donald Trump para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Liderada por Nelsinho Trad (PSD‑MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a comitiva de oito parlamentares inicia os diálogos estratégicos com congressistas americanos e empresários — o objetivo: pressionar a Casa Branca e criar um canal de negociação que possa impedir a escalada protecionista de Trump e sua retaliação política ao julgamento do ex‑presidente Jair Bolsonaro .
A missão já realizou reuniões preparatórias desde sábado (26.jul.), com encontros entre os senadores, a embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti, diplomatas do Itamaraty e o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo. Nesta terça, estão previstos compromissos fechados com seis parlamentares americanos – mas os nomes ainda não foram divulgados por estratégia de sigilo.
A comitiva também buscou apoio do setor privado na U.S. Chamber of Commerce, onde empresários brasileiros e americanos articularam a elaboração de carta conjunta endereçada à Casa Branca. A mobilização empresarial é vista como vital para pressionar o governo norte-americano a reconsiderar a medida unilateral.
Dentro do Senado brasileiro, aliados ao bolsonarismo — entre eles o deputado Eduardo Bolsonaro — criticam a iniciativa e chegaram a insinuar boicote à missão. “Trabalho para que não encontrem diálogo”, declarou.
O cenário é grave: segundo a lei de reciprocidade comercial brasileira, o país se prepara para responder na mesma moeda — podendo aplicar tarifas de igual valor a produtos dos Estados Unidos, conforme articulação liderada por Lula e Haddad.
Essa missão parlamentar ocorre em meio a uma crise diplomática crescente, na qual os EUA ameaçam minar a soberania brasileira e interferir nos rumos das investigações contra Bolsonaro. A resposta nacional tem sido firme: o país não pretende aceitar chantagens econômicas nem colapsar o rumo soberano dos emergentes.