Secretário de Estado americano afirma que será “benéfico” para o Brasil priorizar Washington como parceiro comercial, em meio à agenda bilateral e tarifária

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, elevou o tom diplomático ao afirmar neste sábado (25 de outubro de 2025) que seria “benéfico” para o Brasil priorizar os Estados Unidos como principal parceiro comercial em vez da China. A declaração foi feita à imprensa antes do aguardado encontro entre o presidente Donald Trump e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para domingo em Kuala Lumpur, na Malásia.
Rubio destacou que Washington pretende fortalecer laços econômicos e políticos com o Brasil, com vista a reduzir a influência chinesa na América Latina. “Achamos que, a longo prazo, será benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China”, disse ele, acrescentando que Trump discutirá formas de resolver pendências bilaterais, especialmente na área de comércio.
O encontro entre Trump e Lula deve abordar questões centrais da relação bilateral, como tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros e tensões diplomáticas envolvendo a Venezuela. Rubio já havia se encontrado com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para tratar desses pontos.
Para analistas, a declaração de Rubio não é meramente protocolar: ela reflete uma tentativa de influenciar o alinhamento estratégico do Brasil. A mensagem é clara: os EUA querem redefinir sua relação com o Brasil, numa lógica de parceria em vez de dependência, mas esperam contrapartidas — como maior abertura comercial e alinhamento geopolítico. Para o governo brasileiro, o diálogo oferece oportunidade de reivindicar reciprocidade e isonomia, sem abdicar da autonomia.

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