Redação

A filha e o irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entraram na ofensiva empresarial do clã. Em fevereiro, Letícia Marianna Firmo da Silva e Carlos Eduardo Antunes Torres fundaram em Brasília a “Loja do Bolsonaro Oficial”, com capital social de R$ 300 mil, oferecendo roupas, joias, brinquedos e utensílios domésticos.

Letícia, além de empresária, ocupa cargo comissionado na representação de Santa Catarina em Brasília desde 2023, com salário de cerca de R$ 13 mil por mês. Carlos Torres, fotógrafo e ex-funcionário da Caixa Econômica Federal, tentou duas vezes se eleger deputado distrital, mas sem sucesso; agora transfere sua presença política para o campo privado.

Esse movimento reforça um padrão: a família Bolsonaro segue convertendo sua marca política em capital financeiro. Jair Bolsonaro, Eduardo e Flávio, todos, já têm empresas. Eduardo mantém negócios ligados ao ensino conservador, e Flávio tornou-se sócio de uma corretora de seguros em Brasília.

Em plena ofensiva judicial, com processos e inquéritos envolvendo diretamente o ex-presidente e seus filhos, o bolsonarismo avança em sua própria retaguarda: cria fronteiras econômicas que reduzem o impacto institucional adverso. A “Loja do Bolsonaro Oficial” não é apenas mais um ponto comercial — é extensão da engrenagem que viraliza a narrativa política por meio da mercantilização do autoritarismo.