Descontrole interno e pressão por “anistia ampla” revelam crise de autoridade e risco de fragmentação no bolsonarismo

O vereador Carlos Bolsonaro protagonizou um desabafo agressivo nesta terça-feira, criticando aliados do próprio pai e apontando isolamento político de Jair Bolsonaro, além de cobrar publicamente uma proposta de anistia ampla para integrantes da bolsonarismo.

Carlos afirmou que muitos nomes que antes eram servos se tornaram “invisíveis” ou “traidores silenciosos”, acusou a ala “moderada” do bolsonarismo de boicotar decisões do clã e disse que o abandono interno apenas enfraquece o campo conservador para 2026.

No discurso, ele fez menção direta à anistia: cobrou que a medida — defendida por parte da base — seja objeto de articulação imediata, sob pena de que apoiadores considerem “incompetência ou duplicidade” na liderança do ex-presidente.

A manifestação acende alertas nos bastidores: se até membros da família expressam publicamente insatisfação, o vácuo de unidade acelera. Alguns aliados já trabalham nos bastidores para costurar comunicados oficiais com recuados ou ajustes de tom — mas o estrago simbólico já está feito.

Analistas políticos interpretam o episódio como parte da escalada de disputas internas no bolsonarismo: com indefinições próximas ao pleito, o desabafo de Carlos pode sinalizar quem mais apóia medidas radicais como a anistia e quem teme desgaste eleitoral.

No tabuleiro eleitoral, esse tipo de crise interna pode se tornar munição para a oposição. Se o núcleo bolsonarista parecer desunido, perde capacidade de mobilização e perde credibilidade diante de setores conservadores que demandam disciplina e coesão.

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