PF apreendeu planos mortais e documentos golpistas produzidos pelos próprios envolvidos; a ausência de Bolsonaro em Brasília no dia 8 de janeiro impediu a adesão militar ao golpe

A garantia da condenação dos criminosos? Incontestável: foram eles próprios que forneceram o material probatório. Planejaram, articularam e registraram — e agora colhem o legado de sua própria ruína. Eles acreditavam poder se esconder atrás da massa manipulada do dia 8 de janeiro. Mas, por “sorte cósmica”, o presidente vacilante e ausente estava longe de Brasília — e isso fez toda a diferença.

Provas autoentregues

O alicerce das acusações não é uma narrativa fantasiosa: documentos, planilhas, planos golpistas e conversas em dispositivos eletrônicos foram apreendidos pela Polícia Federal. Entre eles, a célebre “Minuta do golpe” — um esboço do plano para instaurar um estado de defesa que anulasse o resultado eleitoral — e o projeto “Punhal Verde e Amarelo”, planos para assassinar autoridades e impedir a posse de Lula.

Esses materiais não caíram do céu — foram produzidos por eles, em seus celulares, casas, reuniões sigilosas. Agora, são a prova irrefutável de sua intenção golpista.

A ausência de Bolsonaro fez toda a diferença

Bolsonaro não estava em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Ele estava nos Estados Unidos desde dezembro — e isso, segundo o relatório da PF, foi parte do plano estratégico: evitar prisão, monitorar o desfecho à distância e — ironia feroz — garantir que, se algo desse errado, ele não estaria no epicentro da desgraça.

Essa escolha de fugir não foi covardia? Sem dúvida. Mas foi exatamente essa ausência que impediu a adesão dos generais golpistas ao ato final. A presença de Bolsonaro poderia ter sido o gatilho — mas sua fuga virou o obstáculo.

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