Conselho de Ética da Câmara abre processo contra Eduardo Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar
Representação do PT pede cassação de mandatário que, segundo acusação, tem atuado dos EUA para difamar instituições brasileiras e influenciar sanções

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira (23 de setembro de 2025) um processo disciplinar contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suposta quebra de decoro parlamentar, que poderá levar à cassação de seu mandato.
A ação foi motivada por uma representação do Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa Eduardo de:
- residir nos Estados Unidos desde o começo do ano, usufruindo licença parlamentar já expirada.
- difamar com “especial virulência” o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, a quem teria chamado de “milicianos togados” e “ditadores”.
- tentar influenciar autoridades americanas a imporem sanções econômicas contra autoridades brasileiras (STF, Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal), como represália pelas investigações que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e seus correligionários.
Detalhes do processo
- Foram sorteados os deputados Duda Salabert (PDT-MG), Paulo Lemos (PSOL-AP) e Delegado Marcelo Freitas (União-MG) para compor a lista tríplice de relatoria. O presidente do Conselho, deputado Fábio Schiochet (União-SC), escolherá quem ficará com o caso.
- O prazo regimental para a conclusão da análise do Conselho é de até 90 dias úteis, contados a partir da instauração.
- Outros três processos já tramitam paralelamente contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética, dois do PT e um do PSOL, também com possibilidade de cassação.
Possíveis desdobramentos
- Se o Conselho de Ética aprovar parecer pela cassação, o caso segue para votações em outras instâncias da Câmara.
- A perda de mandato implicaria não apenas em retirada do posto, mas em forte desgaste político para Eduardo Bolsonaro e para o PL, reforçando o debate sobre decoro parlamentar, responsabilidades e limites do mandato quando exercido desde o exterior.
- O caso acende alertas em torno da atuação de parlamentares fora do país e dos limites da imunidade e licença em relação às obrigações do cargo.
Fonte: Brasil 247 e agências de notícias
Demorou! já deveria ter sido cassado