Redação

A deputada federal Carla Zambelli (PL‑SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2025 a 10 anos de prisão por envolvimento em uma invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi presa hoje (29 de julho de 2025) em Roma, na Itália, segundo confirmação do Ministério da Justiç.

Zambelli fugiu do Brasil após a condenação e havia anunciado residência na Itália, alegando imunidade por ser cidadã italiana. Nos bastidores, fontes ligadas aos serviços secretos italianos apontavam que ela estaria na região do Vêneto, onde teria conexões familiares — apesar de a polícia local inicialmente ter declarado ignorar seu paradeiro.

O director da Polícia Federal informou que a corporação não divulga as técnicas utilizadas para localizar foragidos, garantindo que as operações da unidade de Cooperação Internacional permanecem sigilosas.

Zambelli foi condenada junto com o hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu ter sido contratado por ela para perpetrar o acesso ilegal aos sistemas do CNJ e emitido mandados falsos, inclusive contra o ministro Alexandre de Moraes. O STF também impôs multa de R$ 2 milhões em danos morais.

A detenção italiana ocorre em meio a disputas sobre extradição. O acordo bilateral de 1989 permite a entrega de cidadãos com dupla nacionalidade, e casos precedentes — como os de Salvatore Cacciola e Henrique Pizzolato — demonstram que a extradição já ocorreu anteriormente. No entanto, a proximidade política entre Zambelli e a legenda de Matteo Salvini na Itália geram especulações sobre eventual obstrução do processo de extradição.

A prisão segue-se ao pedido formal da Procuradoria-Geral da República (PGR) junto à Interpol para emissão de diffusion vermelha, visando facilitar a captura e repatriação da deputada.

A cessão de seu mandato foi aprovada em junho por 127 dias, sob justificativa de licença, enquanto sua defesa ainda recorre da sentença.