Pedro Luís Kurunczi é réu por bancar transporte de manifestantes — e pode ser punido por apoiar golpe

Pela primeira vez, o Supremo Tribunal Federal julgou um réu acusado de financiar os ataques de 8 de janeiro de 2023. Pedro Luís Kurunczi, de Londrina (PR), está sendo acusado de bancar o fretamento de quatro ônibus que transportaram mais de 150 pessoas a Brasília para participar dos atos golpistas contra as instituições democráticas.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, defendeu que Kurunczi teve participação ativa e central no esquema. Ele propôs a pena máxima de 17 anos de prisão — uma condenação exemplar, que visa cortar o apoio logístico a iniciativas antidemocráticas.


O que a acusação diz

A Procuradoria-Geral da República acusa o réu de:

  • Financiar e articular o transporte para atos de depredação;
  • Participar de acampamentos com conteúdo golpista em Londrina antes de 8 de janeiro;
  • Ter enviado mensagens convocando a “tomada” do Congresso;
  • Promover associação criminosa armada e golpe contra a democracia.

A defesa contesta

Kurunczi nega as acusações. Argumenta que apenas organizou uma cotação de preços — e que o acampamento em Londrina foi um protesto pacífico e sem ligação direta com o golpe. A defesa afirma que não houve intenção criminosamente organizada.


Impacto institucional

  • Marco inédito: é o primeiro caso de financiamento de golpe a chegar a julgamento no STF.
  • Precedente poderoso: se confirmado, define responsabilidade penal a apoiadores e financiadores, não apenas aos que cometeram atos violentos.
  • Exemplo político-judicial: o voto de Moraes envia um sinal claro de que a corte não tolerará apoio logístico a golpes.

O que vem a seguir

O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma e deve ser concluído até agosto, após o recesso do Poder Judiciário. A decisão — se acompanhada pelos demais ministros — poderá abrir precedentes e impulsionar investigações contra outros financiadores dos atos de 8 de janeiro.


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1 comentário em “STF julga primeiro financiador dos atos de 8 de janeiro e Moraes propõe 17 anos de prisão

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