Plano Safra 2025/26: recorde de R$ 605 bilhões em crédito com contas apertadas e juros mais altos
Lula anuncia reforço ao agronegócio e à agricultura familiar, mas críticas ao custo do crédito e restrições orçamentárias ecoam no campo

Em 30 de junho e 1º de julho de 2025, o governo Lula lançou o Plano Safra 2025/26 com recursos recordes: R$ 516,2 bilhões destinados ao agronegócio empresarial e R$ 89,2 bilhões à agricultura familiar — totalizando R$ 605,4 bilhões de crédito rural.
Juros reagem à Selic em alta
Com a Selic em 15% ao ano, as taxas do crédito rural subiram entre 1,5 e 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior. O custeio para médios produtores atingiu cerca de 10%, chegando a 14% para outros perfis. Já a agricultura familiar mantém taxas controladas: 3% para alimentos básicos, 2% para orgânicos e linhas de até 8% para demais operações.
Agricultura familiar: prioridades e subsídios
O valor recorde de R$ 89,2 bilhões destinados à agricultura familiar — incluindo R$ 78,2 bilhões ao Pronaf — reforça o caráter social do plano, com linhas para jovens, mulheres e práticas agroecológicas. As taxas de 3% (e diminuindo para 2%) visam garantir produção de alimentos essenciais e inclusão no campo.
Exigências ambientais e inovação
O novo Safra estabelece aplicação obrigatória das regras do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para financiamentos de custeio, amplia apoio a sementes, insumos agroflorestais e escalabilidade de linhas como RenovAgro Ambiental, mirando agricultura de baixo carbono.
Pressões em instrumentos financeiros
O Plano alterou parâmetros das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), exigindo maior direcionamento para liberação de crédito rural. Esse ajuste pode liberar cerca de R$ 64 bilhões adicionais, mas também gerou críticas do setor pela nova tributação e risco de desestímulo. Além disso, contingenciamentos no seguro rural (PSR) intensificam preocupações de proteção da produção cnnbrasil.com.br.
Por que isso importa
- Aperto fiscal e apoio ao agro: recorde nominal de crédito convive com custos elevados e limitações orçamentárias.
- Inclusão e justiça social: pacote robusto para agricultura familiar reforça combate social e segurança alimentar.
- Sustentabilidade crescente: foco em práticas verdes com exigências climáticas eleva padrão, mas pressiona operacionalização no campo.
Conclusão
O Plano Safra 2025/26 representa um salto de escala no crédito rural, cristalizando o protagonismo do agronegócio na retomada econômica. No entanto, o custo do crédito, rigidez fiscal e exigências ambientais impõe desafio de equilíbrio: como manter produção acelerada e inclusiva sem sucumbir às restrições financeiras.
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