Procuradoria cita risco de fuga múltipla após revelações de que o ex-presidente considerou exílio em país não divulgado — justiça reage com reforço de monitoramento súbito.

Em documentos encaminhados ao STF, a Procuradoria‑Geral da República indicou que Jair Bolsonaro não planejara apenas uma fuga para os Estados Unidos ou Argentina, mas estudou a possibilidade de buscar refúgio em um terceiro país, ainda não revelado. A estratégia complexa escancara o grau de ameaça que representa o líder vassalocrata às instituições democráticas.

Essa revelação surge na esteira de descobertas da Polícia Federal: um rascunho de pedido de asilo político destinado ao presidente argentino Javier Milei foi encontrado no celular de Bolsonaro, datado de fevereiro de 2024. Nele, o ex-presidente alegava estar sendo “politicamente perseguido” e temia pela própria vida.

Em resposta ao golpe institucional que se avizinha, o STF já determinou monitoramento integral da residência de Bolsonaro, uma exigência motivada pelo “risco evidente de fuga”. Foi justamente nesse contexto que o alerta da PGR chegou, sugerindo que Bolsonaro considerou uma rota tripla de fuga — um deslocamento arquitetado com cautela e previsivelmente desesperado.

A defesa do ex-presidente se apressou em minimizar o ocorrido. Argumentou ao STF que o rascunho de asilo não caracteriza plano de fuga, pois teria sido elaborado “no ano anterior” e não reflete intenção concreta. O documento seria apenas uma sugestão, distante de qualquer ação efetiva.

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