“Pix é nosso, my friend”: governo reage a investigação de Trump
Governo ironiza investigação dos EUA e reforça que “O Pix é nosso, my friend”, destacando autonomia nacional e soberania digital frente ao ataque americano

Governo lança nesta quarta-feira campanha nas redes sociais com o slogan “O Pix é nosso, my friend” em resposta à investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro. A iniciativa traz uma mensagem irônica, destacando que o Pix é “Seguro, Sigiloso e Sem taxas” e que estaria causando “ciúme danado lá fora”.
O inquérito dos EUA foi instaurado com base na Seção 301 da Lei Comercial de 1974, sob a alegação de que o Pix poderia criar vantagem injusta competitiva em relação às empresas norte-americanas de serviços de pagamento eletrônico. A medida integra um pacote maior de apurações que envolvem comércio eletrônico, redes sociais, a rua 25 de Março, etanol, propriedade intelectual e desmatamento.
Internamente, o governo Lula articula uma resposta técnica envolvendo Itamaraty, Banco Central e os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e da Justiça, com o objetivo de afirmar a legalidade, solidez e universalidade do Pix, evitando alarmismos e desmentindo rumores sobre eventuais mudanças ou taxações no sistema.
Fontes no Planalto avaliam que a investigação tem caráter mais simbólico do que prático — um “factoide” usado por Washington para pressionar o Brasil a negociar. O histórico indica que apenas uma minoria dos inquéritos abertos via Seção 301 resultou em sanções efetivas.
O sistema Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, já é o principal meio de pagamento do país, com mais de 175 milhões de usuários. Em junho, registrou recorde diário de movimentação — cerca de R$ 135,6 bilhões, o quarto maior volume da história para um único dia.