Após evidências de falhas na tornozeleira, Polícia Federal propõe 24h de agentes dentro da residência — democracia exige controle, não concessões.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, apresentou nesta terça-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes do STF uma recomendação clara e urgente: manter agentes da PF dentro da casa onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, para impedir qualquer tentativa de fuga. O pedido foi registrado após Moraes determinar o reforço no monitoramento externo, seguindo orientação da PGR.

No ofício, Rodrigues alerta que a tornozeleira eletrônica enfrenta riscos reais de interrupções — seja por falhas no sinal da operadora ou por interferências deliberadas. Se a conexão falhar, os alertas só retornam quando o sinal volta, dando tempo suficiente para que o custodiado, com intenção de fugir, consiga escapar.

A Polícia Federal argumenta que o monitoramento externo, conforme sugerido pela PGR, exigiria um efetivo volumoso e provocaria constrangimentos aos vizinhos — cenário que choca com a recomendação de discrição e não intrusão. A solução apresentada: destacamento 24 horas de uma equipe dentro da residência, modelo aplicado em caso semelhante com o ex-juiz “Lalau” (Nicolau dos Santos Neto).

Na esteira dessas recomendações, Moraes remeteu o documento à Procuradoria‑Geral da República para que o procurador-geral Paulo Gonet se manifeste. A decisão virá antes do julgamento de Bolsonaro, marcado para 2 de setembro, quando o ex-presidente será julgado por envolvimento no “núcleo crucial” de uma organização criminosa que tentou o golpe de Estado após as eleições de 2022.

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