PF investiga se aliados de Bolsonaro tentaram atrapalhar delação de Cid
Investigação mira influência sobre família do delator e possível obstrução de Justiça
Em primeiro lugar, a Polícia Federal deu início a uma investigação sobre aliados de Jair Bolsonaro suspeitos de tentativa de obstrução à delação premiada do coronel Mauro Cid. A apuração foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, com base em indícios de pressão sobre familiares do delator.
Quem está sendo investigado
A lista inclui figuras próximas ao bolsonarismo: ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, advogado Paulo Costa Bueno, defensor do próprio Bolsonaro, e Luiz Eduardo Kuntz, que representa o ex-assessor Marcelo Câmara — todos ouvidos pela PF nos últimos dias.
O mecanismo da suposta obstrução
Segundo o delator, advogados foram vistos abordando sua esposa, mãe e uma filha menor durante eventos sociais, com o objetivo de conseguir informações sigilosas sobre a delação. Um perfil suspeito no Instagram que os advogados teriam usado também está sob investigação.
Desdobramentos e medidas adotadas
Moraes solicitou a quebra de sigilo da conta identificada, e evidências técnicas reforçaram que mensagens viessem de perfis próximos à defesa. Além disso, houve determinação de Prisão cautelar de Marcelo Câmara e inquérito contra os envolvidos.
Por que isso importa
- Integridade da delação: o caso coloca em xeque a voluntariedade do depoimento de Cid e seu valor probatório.
- Ruptura institucional: a acusação de manipulação do processo acentua o confronto entre bolsonarismo e Judiciário.
- Risco legal: além da delação, os suspeitos agora podem responder por obstrução de Justiça, crime grave que pode atrapalhar estratégias de defesa da ala bolsonarista.
Conclusão
A investigação da PF marca uma nova fase no embate judicial: um suposto esforço para desestabilizar a delação de Cid agora está sujeito a medidas criminais. Aos poucos, o jogo de influências toma forma — e a credibilidade da suposta trama de golpe corre o risco de perder ainda mais sustentação. O Judiciário avança, e o bolsonarismo enfrenta caminho espinhoso adiante.
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