Alexandre de Moraes autoriza operação para acessar dados digitais do ex-presidente em inquérito sobre tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta‑feira, 18 de julho de 2025, que a Polícia Federal investigue dados armazenados “em nuvem”, e-mails e arquivos eletrônicos de Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro. A medida integra o inquérito que apura suposta tentativa de desestabilização do Estado Democrático de Direito e intimidação de ministros do STF.

A decisão judicial permite à PF analisar conteúdo digital — mensagens, e-mails, arquivos — em servidores, computadores, celulares e dispositivos móveis. Também prevê exame de mídias físicas, como discos rígidos, CDs e DVDs. Moraes ordenou que todo arquivo examinado seja registrado com código hash, garantindo a autenticidade das provas.

Na justificativa, o ministro apontou o risco de dano irreparável e a existência de indícios de graves crimes contra a soberania nacional e a autonomia do Judiciário, reforçando a operação de busca e apreensão já em curso.

A PF cumpriu mandados no mesmo dia nas residências de Bolsonaro e em endereços ligados ao PL. Ao ex‑presidente foi imposta a tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com embaixadas e investigados — parte do pacote de medidas cautelares definidas por Moraes.


Interpretação e impacto

As novas diligências digitais ampliam o cerco judicial ao ex-presidente. Ao autorizar a PF a vasculhar dados em nuvem, Moraes busca mapear comunicações privadas que possam conter planos ou provas da articulação política e internacional citada no inquérito. O uso de registro por hash demonstra o rigor na preservação das evidências, evitando contestações futuras.

Essa etapa reforça a ofensiva jurídica contra Bolsonaro e coloca o Judiciário em posição de dúvida: ou o ex‑presidente coopera sem mais retórica política, substituindo bravatas por provas — ou o Judiciário continuará arrancando os últimos vestígios de sigilo eletrônico para desmontar sua narrativa.

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