Delegada sugere conexão entre ataques online e investigação contra milícias digitais durante governo Bolsonaro

Brasília — A Polícia Federal (PF) formalizou nesta terça-feira (30) ao STF a hipótese de que as recentes ameaças virtuais dirigidas ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, estejam relacionadas ao inquérito que investiga milícias digitais durante o governo Bolsonaro. A conexão, se confirmada, revela uma ofensiva organizada para intimidar o Judiciário.

O caso foi levado ao STF depois que Dino denunciou “ameaças graves” à sua vida e à sua integridade física nas redes sociais, ocorridas após seu voto condenatório contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus no processo sobre tentativa de golpe.

Segundo a manifestação enviada pela PF, já foram identificados 50 perfis que espalharam ameaças ou postagens agressivas contra o ministro. A delegada responsável sugere que tais postagens guardam “paralelismo” com o modus operandi observado no inquérito das milícias digitais (INQ 4.874/DF), o qual apura condutas de coação digital sobre ministros do STF.

No documento, a PF pede que o ministro relator Alexandre de Moraes analise o possível nexo entre os casos e autorize investigação específica para as ameaças a Dino. Além disso, solicita ofícios às redes sociais para fornecimento dos dados cadastrais dos perfis envolvidos.

Essa articulação institucional reforça o alerta de que ataques contra agentes públicos podem ser operados como extensão da máquina midiática digital de pressão, com estratégia de intimidação e deslegitimação de decisões judiciais.

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