Petrobras pode desviar petróleo dos EUA para Ásia por causa de tarifa americana
CEO da estatal minimiza impacto e diz que mercado norte-americano representa fatia ínfima das exportações

A Petrobras avalia redirecionar parte de suas exportações de petróleo destinadas aos Estados Unidos rumo aos mercados da Ásia e do Pacífico se a nova tarifa americana de 50% entrar em vigor. A informação foi confirmada hoje, 17 de julho de 2025, pela CEO Magda Chambriard em entrevista à agência Reuters.
Chambriard afirmou com firmeza que “é pouca coisa”, referindo-se às exportações da Petrobras aos EUA, que correspondem a apenas 4% do total no primeiro trimestre. O mercado americano também não se sentirá tão afetado: o Brasil fornece menos de 3% do óleo consumido nos EUA em 2025, segundo dados da StoneX.
Além do petróleo bruto, derivados representam 37% dos 209 mil barris por dia exportados para os Estados Unidos — parte desse volume também pode ser realocada para outros países com facilidade.
Essa manobra faz parte de uma estratégia de minimização de riscos diante das novas barreiras tarifárias norte-americanas. A sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump em 9 de julho está prevista para vigorar a partir de 1º de agosto e pode incluir o setor de petróleo, que vinha operando com isenção sob a tarifa anterior de 10%.
Especialistas apontam que o redirecionamento dos fluxos pode gerar ajustes comerciais de curto prazo, mas não ameaça a estrutura exportadora brasileira. A StoneX ressalta que o Brasil já tem crescido no mercado asiático — especialmente para a China, país que respondeu por 46% das exportações brasileiras de óleo bruto no primeiro semestre de 2025.
A reação do governo federal inclui tentativa de negociação diplomática. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a tarifa de Trump prejudica o consumidor americano e setores estratégicos como o da Embraer — e defendeu diálogo ágil para evitar maiores impactos.