Redação

Uma pesquisa recente indica que 64% da população brasileira rejeita uma eventual anistia para os condenados por envolvimento nos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O levantamento, conduzido por instituto nacional, expõe o descompasso entre as tentativas de mobilização parlamentar e a vontade popular.

Segundo os dados, apenas uma parcela minoritária apoia o perdão amplo a integrantes desses atos — o restante manifesta oposição ou cautela. A reprovação atinge diferentes faixas etárias, níveis de escolaridade e regiões do país, sugerindo que o tema tem forte apelo negativo à percepção pública de impunidade.

No Congresso, o resultado torna mais visível o risco político de seguir com a tramitação de um projeto de anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas. Parlamentares de diferentes partidos já sinalizam que têm receio de serem responsabilizados eleitoralmente caso aprovem benefício tão controverso.

Os articuladores da proposta, por sua vez, tentam reposicionar o debate: afirmam que o projeto original será moderado para incluir critérios rigorosos — como inelegibilidade futura ou exigência de colaboração judicial — para suavizar a impopularidade. Contudo, a massa crítica contra a ideia força um recuo estratégico.

Para Bolsonaro e seus aliados, o cenário exige cautela. A anistia, apresentada como tábua de salvação política, pode se transformar em armadilha — com cobranças imediatas da opinião pública e risco de desgaste perante a sociedade que clamou por punição.

Resta saber até que ponto o Congresso ousará contrariar esse sentimento majoritário ou se será obrigado a recalcular rumo e abandonar o projeto de perdão.

Fonte: Estadão / NPRP (via Estadao)