Neto de João Figueiredo parte para o ataque e põe Jair no papel de incapaz político

O clima nas hostes bolsonaristas deu mais um nó nesta sexta-feira (26). Em público, o ex-presidente Jair Bolsonaro parece disposto a impor silêncio a seu filho Eduardo Bolsonaro — mas teve uma reação inesperada: Paulo Figueiredo, neto do general João Figueiredo, rebateu e lançou uma acusação direta: Jair seria “incapaz” de gerir o movimento que ajudou a criar.

Na visão de Paulo, a ordem emitida por Jair para que Eduardo recuasse e deixasse de agir como protagonista revela uma fragilidade política embutida: ele estaria pedindo recuos que ele mesmo não controla totalmente. Segundo textos como o da Revista Fórum, essa cena é lida como a abertura de uma dissidência entre as gerações do bolsonarismo — conflito entre quem quer radicalizar e quem teme o descontrole.

Essa declaração aparece quando Eduardo tem mantido uma postura mais ativa, inclusive em agendas no exterior, pressionando para que seu pai seja beneficiado por anistia ampla ou por mudanças no PL de dosimetria. Jair, por sua vez, estaria incomodado e tenta conter excessos — mas o “silêncio” desejado já soa como tentativa de guiar o jogo por fora.

Paulo Figueiredo, por sua ligação familiar e herança simbólica, carrega peso no discurso. Ao afirmar que Jair é “incapaz”, ele não apenas questiona a retórica do ex-presidente, mas também insinua uma debilidade operacional: Bolsonaro poderia estar perdendo autonomia sobre seu próprio projeto político.

Esse embate público — entre pais, filhos e herdeiros simbólicos do bolsonarismo — escancara uma disputa de poder que se dá além das urnas: sobre quem dita o tom, o rumo e o discurso da extrema-direita no Brasil pós-2022.

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