Paes declara apoio a Malafaia em culto: “Mexeu com Silas, mexeu comigo”
Discurso fortalece aliado religioso em meio a investigações da PF

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), fez nesta segunda-feira (15/9/2025) um forte discurso de solidariedade ao pastor evangélico Silas Malafaia, durante culto que comemorava os 67 anos do líder religioso. Paes afirmou: “Nós estamos do seu lado. Mexeu com Silas Malafaia, mexeu comigo.”
Motivações e contexto
- A declaração ocorreu poucos dias após o pastor vir a público sob investigação da Polícia Federal, sob suspeitas de obstrução de investigação, coação no curso do processo e participação em atos com conotação golpista, além de outros crimes relacionados à trama investigada pelo STF.
- Paes, embora tenha posição política diferente em alguns temas, seguiu linha de defesa pessoal com Malafaia, destacando a amizade de mais de 20 anos entre eles. Ele também brincou que recebe “broncas políticas” do pastor quando divergem em questões.
Repercussão e críticas
- Políticos de oposição manifestaram contrariedade ao gesto. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) criticou o apoio, afirmando que Paes com isso “blinda” Malafaia, enquanto o deputado Chico Alencar comentou que o comportamento expõe a fragilidade ideológica do prefeito.
- Para críticos, o discurso reforça uma aliança de conveniência entre políticos e lideranças religiosas, instrumentalizando crenças e fé para legitimar narrativas políticas ou proteger aliados sob suspeita.
Implicações políticas
- O gesto de Paes fortalece a imagem de Malafaia dentro de parcelas conservadoras e evangélicas, especialmente num momento em que ele enfrenta escrutínio por parte de instituições estatais.
- Pode também estimular maior polarização: para além da divergência de crenças ou posicionamentos, esse tipo de solidariedade pública tende a alimentar discursos de perseguição entre apoiadores.
- Paes, por sua vez, demonstra disposição de manter laços com segmentos religiosos influentes, mesmo que isso gere críticas no campo político rival e junto à opinião pública que exige maior separação entre poder político, fé e responsabilidade institucional.
Fontes: Terra
CartaCapital
Poder360