Parlamentares tentam pautar anistia enquanto governo afirma que tema está superado

A oposição no Congresso Nacional está tentando dar novo impulso à proposta de anistia às vésperas do julgamento dos embargos de declaração de Jair Bolsonaro e de outros réus no STF, marcado para ocorrer entre os dias 7 e 14 de novembro.

Aliados de partidos de esquerda e grupos de centro-esquerda avaliam que o clima de tensão em torno da Corte e o impacto midiático do julgamento podem criar janela política favorável para a aprovação da anistia, sobretudo para presos ou réus associados aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Por outro lado, lideranças do governo e da base aliada afirmam que o tema está “enter­­rado” politicamente e que não há espaço real para retomar a pauta neste momento, o que evidencia dissenso interno.

Para o campo progressista, essa movimentação representa uma tentativa de reverter a responsabilização dos agentes da crise democrática por meio de uma medida que equivaleria a perdão coletivo — o que abriria precedente perigoso contra a lógica de justiça e igualdade de direitos. Já para a centro-direita, a tática indica um recuo estratégico: antes do julgamento, tentar redefinir a narrativa legislativa para influenciar o resultado político.

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