Nikolas Ferreira adota símbolo de grupo neonazista e tenta recriar comando de ataque contra comunistas
Deputado bolsonarista radicaliza após assassinato de Charlie Kirk, ecoa “guerra santa” da ultradireita dos EUA e incita perseguição a trabalhadores de esquerda

Buscando assumir no Brasil o protagonismo da guerra declarada pela ultradireita dos EUA após o assassinato do ativista armamentista Charlie Kirk, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) passou a ser celebrado por grupos neonazistas da chamada “bolha da resenha”. Esses grupos reúnem supremacistas brancos e incels que pregam a radicalização violenta contra todos os que classificam como “esquerda”.
Aproveitando a comoção pelo assassinato de Kirk, Nikolas recriou em versão virtual o antigo Comando de Caça aos Comunistas (CCC), estrutura paramilitar formada nos anos 1960 que deu apoio civil à ditadura militar no Brasil. O gesto incluiu o uso de um símbolo neonazista em publicação, causando furor em grupos extremistas.
Nas redes, o parlamentar passou a expor internautas que criticam a narrativa da direita, incentivando perseguição política e até a demissão de trabalhadores identificados como “esquerdistas”. Em uma das postagens, Nikolas aparece ao lado da figura Clown Pepe — variante do cartoon Pepe The Frog, amplamente utilizado por neonazistas e incels nos fóruns chan — com a frase: “Seja a extrema-direita que eles tanto têm medo”.
O deputado também replicou mensagens da ultradireita estadunidense em tom de “guerra santa”, como a imagem de um anjo com os dizeres “do not make peace with evil, destroy it” (“não faça as pazes com o mal, destrua-o”). Esse slogan, importado de grupos armamentistas cristãos pró-Trump, vem sendo usado para justificar perseguições e ataques contra imigrantes, negros, LGBTs, islâmicos e qualquer pessoa classificada como “adversária”.
A radicalização de Nikolas reforça a conexão entre bolsonarismo e movimentos extremistas internacionais. Especialistas e entidades de direitos humanos alertam para a escalada do discurso de ódio, enquanto parlamentares da oposição discutem acionar a Procuradoria-Geral da República e o Conselho de Ética da Câmara.