Redação

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) formalizou, nesta terça-feira (15), um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A justificativa central é a acusação de crimes de responsabilidade cometidos na condução da política externa, especialmente diante da recente crise com os Estados Unidos, marcada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

O documento, subscrito por 72 parlamentares, aponta quatro condutas que teriam compromissado a dignidade nacional:

• A aproximação com regimes considerados autoritários, como o Irã, incluindo a autorização para navios de guerra atracarem em portos brasileiros;
• A recusa em identificar oficialmente o PCC como organização terrorista, mesmo sob pressão dos EUA;
• O incentivo à desdolarização do comércio no âmbito do BRICS, tratado como desafio à hegemonia do dólar;
• Declarações públicas que, segundo ele, ofenderam líderes internacionais — notadamente o ex-presidente Donald Trump —, agravando o desgaste nas relações com os EUA .

“O Brasil não pode ser conduzido com base em interesses ideológicos ou revanchismos pessoais”, afirmou Ferreira ao protocolar o pedido.

Em apoio ao pedido, o deputado argumenta que tais ações violam dispositivos da Lei 1.079/1950, que tipificam crimes de responsabilidade, além de ferirem princípios constitucionais relacionados à probidade administrativa e à dignidade da nação.

O requerimento segue agora para análise da Presidência da Câmara, sob atuação de Hugo Motta (Republicanos‑PB), que terá o poder de arquivar ou admitir o processo. Caso seja aceito, o texto será encaminhado às comissões permanentes para avaliação prévia. Especialistas políticos avaliam que, diante da atual correlação de forças, o pedido pode não avançar — mas reforça o clima de tensão entre a oposição conservadora e o governo