Ex-presidente agora prioriza fortalecimento no Congresso e redireciona estratégia política

Em primeiro lugar, foi o sinal de um novo momento: durante o ato realizado na Avenida Paulista no domingo, 29 de junho de 2025, apoiadores mais próximos notaram uma quebra de padrão no discurso de Jair Bolsonaro. Em vez de reafirmar sua própria candidatura presidencial, ele concentrou o apelo em eixos mais amplos: eleger uma bancada fiel no Congresso Nacional. O discurso transmitiu uma sensação de “conformismo”, chegando-se à expressão emblemática: “caiu a ficha”.


O ponto de inflexão

Aliados observam que o discurso mudou porque a inelegibilidade imposta pelo TSE até 2030 é vista como irrecorrível. Assim, Bolsonaro tem recalculado sua estratégia — longe de insistir na disputa presidencial, ele quer agora garantir 50% da Câmara e do Senado em 2026. Essa mudança indica prioridade clara: proteger a si e à sua família por meio de força política no Legislativo.


Estratégia familiar e cálculo político

Enquanto pensavam em chapa, agora os aliados preferem eleger filhos e a ex-primeira-dama, Michelle, para cargos legislativos — onde teriam mais chances e segurança institucional. O medo é que tentar emplacar membros do clã na majoritária traga rejeição eleitoral aos políticos de primeira linha, como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado ou Ratinho Júnior.


Pressão jurídica e reorganização do bolsonarismo

A mudança de tom já reflete os bastidores: com o julgamento sobre a tentativa de golpe no STF avançando e risco de prisão crescente, a aposta agora é fechar este ciclo ainda em 2025, definindo um novo protagonista da direita para 2026. O gesto já é visto como o início de uma transição de protagonismo — ficou claro que Bolsonaro enxerga o momento e adapta seu discurso para garantir influência mesmo fora da cabeça da chapa.


Conclusão

A insistência em “mudar o destino do Brasil” com maioria no Congresso revela a tática: o ex-mandatário quer corporificar sua relevância política por meio de poder legislativo, condição que pode protegê-lo juridicamente e dar suporte a uma eventual retomada futura. Foi a ficha que caiu — e, com ela, a estratégia política de Bolsonaro virou outra.


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