Relatório da PF revela que Bolsonaro movimentou R$ 44,3 milhões entre 2023 e 2025; quase metade via Pix e com indício de dissimulação financeira

A Polícia Federal constatou que a movimentação de R$ 44 milhões de Bolsonaro em contas bancárias, entre março de 2023 e junho de 2025, desperta suspeitas de irregularidades financeiras. De acordo com o relatório obtido pela Folha de S.Paulo, o volume foi de impressionar: R$ 30 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024; e mais R$ 11,1 milhões entre dezembro e junho deste ano. Portanto, a amplitude dos valores já acendeu o sinal de alerta das autoridades.

Arrecadação via Pix sob suspeita

Além disso, a PF identificou que quase metade desse montante (R$ 20,7 milhões) circulou via Pix, sendo R$ 19,3 milhões concentrados em menos de um ano. Embora aliados tenham justificado esses depósitos como resultantes de campanhas para custear multas e honorários advocatícios de Bolsonaro, o relatório ressalta que há “indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais”.

Movimentações entre familiares e recursos em espécie

Além da movimentação de R$ 44 milhões de Bolsonaro, a PF também mapeou várias operações suspeitas:

  • Transferência de R$ 2 milhões de Bolsonaro para Eduardo em maio de 2025;
  • Pequenos repasses de R$ 30 mil e R$ 40 mil em março e abril;
  • R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro em junho de 2025, um dia antes do depoimento de Bolsonaro — interpretados como tentativa de driblar bloqueios judiciais.
    Além disso, o ex-presidente fez 40 operações em dinheiro vivo, somando R$ 130,8 mil — algo atípico pelo volume e falta de rastreabilidade.

Dissimulação e blindagem financeira

Por fim, a PF considerou que os padrões de transações expõem uso de artifícios para dissimular a origem e destino dos recursos, especialmente diante de proibição de Bolsonaro de deixar o país e com o passaporte retido. Foram ainda identificadas operações de câmbio que somaram R$ 105,9 mil, reforçando suspeitas de ocultação patrimonial.

Crítica progressista e contexto político

Esse cenário não é um simples escândalo financeiro: ele aponta uma estrutura de proteção pessoal entre poder econômico e blindagem judicial. Ao contrário do que pregam os bolsonaristas, essa não é “honestidade”, mas sim uma tentativa de se manter acima da lei.

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