Moraes veta visita de filhos, proíbe uso de celular e gravações em prisão domiciliar de Bolsonaro
Justiça impõe visita restrita, limitações drásticas e reforça cerco à articulação golpista por canais digitais; ex-presidente vive agora sob supervisão total.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, endureceu as medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao proibir visitas de Flávio, Carlos e Renan Bolsonaro durante o cumprimento da prisão domiciliar — eles só poderão encontrá-lo com autorização expressa da Corte, por não residirem com o pai CNN Brasil.
Além disso, Moraes fixou restrições inéditas: qualquer visitante autorizado (advogado ou familiar) não poderá usar celular, tirar fotos ou gravar vídeos durante a visita — a medida visa impedir que Bolsonaro persista em mobilizar redes sociais por meio de terceiros.
A restrição simboliza que o cerco judicial não foi insuficiente com tornozeleira eletrônica e toque de recolher: o Judiciário agora bloqueia até fotografia na sala de visitas para evitar que a extremadita digital continue operando na sombra do poder.
❗ Contexto e alcance da decisão
A decisão foi tomada diante do descumprimento reiterado das cautelares — Bolsonaro teria continuado a disparar ataques ao STF e a apoiar intervenção estrangeira por meio de postagens coordenadas nas redes de seus filhos e aliados, especialmente durante protestos em Copacabana, no domingo (3).
Ele também permissionou vídeo transmitido por Flávio, o que o ministro classificou como “manobra deliberada” para burlar a proibição judicial.
O discurso institucional imprime realidade: a Justiça não barganha ilegalidade com poder simbólico. Se Bolsonaro tenta manter alcance digital desde casa — mesmo só com visitas — Moraes intervém no espírito dos atos, não apenas nas letras das determinações.
O que muda neste regime?
- Nem filhos diretos, como Flávio, terão acesso livre — contatos familiares diretos (como Michelle, que vive no mesmo domicílio) seguem liberados, mas sob vigilância institucional.
- Celulares, câmeras e gravações são proibidos, mesmo oficiais, para todos os permitidos — advogado ou não — com risco imediato de revogação.
- O monitoramento por tornozeleira e busca judicial já estaca ligada à última afronta digital de Bolsonaro.