Moraes silencia advogado ao “cassar a palavra” de Jeffrey Chiquini e escalona tensão com bolsonarista

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, silenciou o microfone do advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, durante a oitiva da testemunha general Gonçalves Dias nesta quarta-feira. Moraes argumentou que Chiquini adotava tom acusatório e repetitivo, já tendo feito insinuações sobre autoridades como o governador Tarcísio de Freitas, o que motivou o envio de ofício a este último. Quando o advogado insistiu em questionar o general sobre supostas informações recebidas da Abin pouco antes do 8 de janeiro, o ministro recorreu à autoridade do juiz e “cassei a palavra” foi a sentença dada.

Chiquini, visivelmente contrariado, reagiu perguntando “O senhor cassou a minha palavra?”, ao que Moraes repetiu com firmeza “Cassei a palavra, doutor” antes de passar a vez à defesa do réu Marcelo Câmara. Não era a primeira vez que o embate ocorria: na segunda-feira anterior, Moraes já havia mandado Chiquini se calar com a frase “Doutor, enquanto eu falo, o senhor fica quieto”.

O advogado anunciou que acionará a OAB, denunciando “violação de seus direitos como advogado” e acusando o ministro de “passar dos limites” ao cercear sua atuação. O episódio intensifica o clima de tensão das audiências do chamado “núcleo 2” da trama golpista, elevando suspeitas sobre irregularidades no direito de defesa e marcando mais um capítulo no duelo entre a advocacia bolsonarista e o Supremo.

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