Gilmar Mendes reforça pedido de extradição de Zambelli e inclui acusação de perseguição armada
Ministro do STF amplia escopo do pedido de extradição e enquadra Zambelli por perseguição armada, enfraquecendo tese de perseguição política.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, elevou o tom no processo contra a deputada foragida Carla Zambelli ao determinar a inclusão do crime de perseguição armada no pedido de extradição enviado às autoridades italianas. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (2 de agosto), ampliando o escopo das acusações que pesam sobre a bolsonarista — já investigada por organização criminosa, ameaça, coação e porte ilegal de arma.
Com a medida, Gilmar Mendes inclui perseguição armada em extradição de Zambelli, tornando ainda mais difícil qualquer manobra para evitar seu retorno ao Brasil. O ministro justificou a inclusão com base em fatos já comprovados: a cena em que Zambelli persegue, arma em punho, um cidadão negro nas ruas de São Paulo — episódio flagrado por câmeras e que chocou o país. Gilmar Mendes argumenta que deixar de tipificar o crime de perseguição armada seria ignorar a gravidade do caso e dar margem para “impunidade consentida”.
A decisão também mira possíveis brechas na legislação italiana, já que a extradição depende da equivalência dos crimes nos dois países. Ao incluir perseguição armada, Gilmar Mendes força a Justiça italiana a reconhecer a gravidade do delito e a tratar Zambelli não como “perseguida política”, mas como autora de crimes comuns graves, afastando a narrativa de vitimização internacional.
O caso marca mais um capítulo da ofensiva judicial contra o bolsonarismo foragido, que insiste em usar países europeus como refúgio. Agora, com a decisão de Gilmar Mendes, o cerco se fecha e a tendência é de acelerar a tramitação do pedido, dificultando a estratégia de fuga de Zambelli.