Moraes: “Materialidade dos crimes já está comprovada” no julgamento do Núcleo 4 da trama golpista
Relator da ação penal no Supremo Tribunal Federal afirma que cabe agora investigar a autoria dos sete réus acusados de divulgar desinformação sistemática

O julgamento dos sete réus do chamado Núcleo 4 — grupo associado à difusão de desinformação e à conspiração para tentar golpe de Estado em 2022 — foi retomado nesta terça-feira pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abriu seu voto afirmando que a materialidade dos crimes está comprovada, restando agora a análise da autoria.
Moraes expôs que o modus operandi do grupo envolvia ataques sistemáticos a alvos selecionados, uso de táticas de milícias digitais, coordenação de redes sociais e serviços de mensagem privada. “São milicianos covardes… utilizaram técnicas militares para moldar comportamentos e atingir objetivos do líder da organização criminosa já condenado”, disse o ministro.
O relator enumerou os crimes imputados aos réus, entre eles organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, dano qualificado por violência e grave ameaça. Ele citou que “o que devemos analisar é a autoria”, pois os elementos de fato já foram reunidos.
A expectativa é de que o julgamento se prolongue até quarta-feira, com os demais ministros votando após Moraes: Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, que preside a turma.
Para os especialistas em Direito e democracia, a manifestação de Moraes marca um momento decisivo: trata-se de ação contra o núcleo “operacional” das fake news e do ataque institucional, não apenas discurso. A frase-chave “materialidade dos crimes já está comprovada Núcleo 4” reflete o peso do processo.
Fonte: Diário do Centro do Mundo