STF abre apuração sobre movimentações suspeitas antes do anúncio da tarifa de 50% nos EUA

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou hoje (21/07/2025) investigação sobre possível insider trading nas operações de câmbio realizadas poucas horas antes do anúncio do aumento de 50% nas tarifas americanas sobre produtos brasileiros. A decisão foi tomada a pedido da AGU, que identificou compra atípica de quase US$ 4 bilhões a R$ 5,46 e venda subsequente a R$ 5,60 logo após o anúncio.

A petição da AGU — que também envolve a CVM e a PGR — sugere que informações privilegiadas teriam sido usadas para lucrar com o salto do dólar. Moraes incorporou o caso ao inquérito que apura o uso de tarifas como instrumento de coação ao Judiciário brasileiro, com foco em figuras do clã Bolsonaro.

O despacho foi distribuído sob sigilo e autoriza a Polícia Federal a aprofundar as apurações. A pena por manipulação de mercado (art. 27-D da Lei 6.385/76) pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa de até três vezes o valor do benefício econômico

A investigação reforça o caráter estratégico do inquérito que já envolve Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro, neste que pode ser o maior episódio de coação comercial da história recente.

A suspeita de insider trading amplia os riscos legais, pois envolve uso de informação privilegiada e possível conluio financeiro.

A decisão sinaliza que figuras envolvidas em manobras cambiais podem enfrentar novas charges jurídicas — além das atuais ações penais no STF.

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